quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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“Nunca devemos supor que o orgulho seja algo que Deus proíbe por se sentir ofendido ou que a humildade seja algo que ele exige, em função da sua própria dignidade (como se Deus tivesse qualquer orgulho). Ele não está nem um pouco preocupado com a sua própria dignidade. O fato é que ele quer que você o conheça; quer se dar para você. E Deus e você são de um tipo tal, que, se você quiser realmente manter qualquer contato com ele terá de ser humilde de fato – agradavelmente humilde, sentindo o alívio infinito de ter se livrado de uma vez por todas de toda a bagagem tola sobre a sua própria dignidade, que o tornou tão ansioso ou infeliz por toda a vida. Ele está tentando fazê-lo humilde a fim de tornar possível esse momento: despir você de um monte de roupas ridículas, feias e fora de moda com as quais todos nós nos vestimos e ficamos andando de narizes empinados, sentindo orgulho de sermos os verdadeiros idiotas que somos. Eu gostaria de estar um pouco mais adiante em relação a minha própria humildade; se assim fosse, provavelmente eu poderia falar-lhe mais sobre o alívio, o conforto e livrar-me da fantasia, do falso eu, com todos os seus “Olhem para mim!” e “Não acham que eu sou uma boa pessoa?”, com toda a sua pompa e circunstância. Chegar perto disso, nem que seja só por um instante, é como dar um copo de água a um homem perdido no deserto.”


Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples] – C. S. Lewis

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